terça-feira, 7 de setembro de 2010

Franz Kafka



Frantisek Kafka (nome tcheco), mais conhecido como Franz Kafka, foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia alemã, em Praga, na época em que  o Império Austro-Húngaro dominava o país (atual República Checa) e foi criado em tripé cultural: alemão, tcheco e austríaco. O conjunto de suas obras destaca-se entre as mais influentes da literatura ocidental — a maioria incompleta e publicadas postumamente pelo seu amigo Max Brody , que na verdade foi encarregado por Kafka de jogá-las fora depois de sua morte. Sorte para o mundo que Brody tenha sido um mal amigo e tenha publicado-as ao invés de se desfazer delas .

O que chama a atenção em suas obras é que Kafka sempre as escreveu sem a intenção de publicá-las, como um desabafo.


Seu estilo literário angustiados, opressivos, que refletiam a própria alma atormentada de Kafka presente em obras como a novela “A Metamorfose” (1915) e romances incluindo “O Processo” (1925) e “O Castelo” (1926) retrata indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático muito atual e relacionado ainda com o homem do século XXI. 
Consta que Kafka era uma pessoa muito atormentada e este tormento teria se iniciado ainda na sua infância pela pressão do pai. Sentia-se de alguma forma culpado ou responsável pela morte de dois irmãos mais novos, ainda bebês. Sua primeira relação sexual foi desastrosa e traumatizante esteve várias vezes no sanatório. Teve vários casos amorosos mal resolvidos, uns por intervenção dos pais das moças, outros por desinteresse próprio. Kafka aprendeu alemão como sua primeira língua, contudo era quase fluente em tcheco. Kafka se considerava incapaz nos estudos, tanto que em uma carta a Felice Bauer (uma das mulheres com as quais tentou-se casar e desistiu e com quem trocou muitas correspondências) ele declara que não acreditava que conseguiria concluir o ensino médio. Quis estudar filosofia e foi podado pelo pai que deu somente as opções de Química ou Direito, porque queria que o seu filho tivesse uma vida próspera e menos sofrida que a sua. Para isto criou até uma escola para garantir a educação dos filhos (como falamos no post do dia 12/08). Escolheu Química. Desistiu. Foi para o Direito. Formou-se, mas nunca gostou. Passou a vida tentando se achar e, pelo que se sabe, não conseguiu.
Seus livros, tratam-se sempre de personagens que são oprimidos e perseguidos (dizem os especialistas que esta pode ser a representação de sua vida e da opressão sofrida pelo pai, quem tenta sempre controlar a vida do filho). 
O mundo conheceu e aclamou Kafka antes de Praga, as publicações de Kafka foram proibidas pelo nazismo e mais tarde pelo comunismo, chegando aos compatriotas de Kafka há apenas 20 anos, quando já há muito era conhecido e estudo no mundo. Não tenho certeza desta informação, mas o que me lembro de o guia falar é que a primeira publicação dos livros de Kafka  foi em inglês e só mais tarde em alemão.
A primeira estátua dedicada a Franz Kafka, que nasceu e está sepultado (no cemitério de Zizkov) na cidade de Praga, foi colocada recentemente. A estátua fica no bairro judeu Josefov, em frente à sinagoga espanhola em Vezenská. A estátua trata-se de uma leitura de suas obras e de sua vida, onde um homem muito pequeno sobe sobre um homem de terno sem cabeça e passa a controlá-lo, seria o momento que Kafka toma o controle da própria vida e passa a lutar contra o fantasma do pai. Este gigante esmaga um inseto,  personagem do seu livro – talvez o mais conhecido – “A Metamorfose “ que narra o caso de um homem que acorda transformado num gigantesco inseto.
Em Praga estão duas casas onde Kafka passou parte de sua vida. Ele tinha uma relação muito próxima com uma de suas irmãs, Otilia. Consta que foi ela quem alugou uma pequena casa na Viela Dourada, uma ruela na região do Castelo com inúmeras casinhas claustrofóbicas. Franz resolveu passar ali um tempo, escrevendo. Dizem que porque ali era mais tranqüilo, longe do barulho da cidade e Kafka apreciava o isolamento e a tranqüilidade. A Viela Dourada hoje faz parte do Castelo de Praga e a casa (nº 22) onde Kafka ficou está lá, abrigando uma loja de produtos de Kafka (é claro). Outro local kafkaniano de Praga é o Museu Kafka, que não visitamos por falta de tempo, mas está na nossa lista para quando voltarmos com certeza. Lá está uma exposição chamada “A Cidade K. Franz Kafka e Praga”, que mostra com vários manuscritos e primeiras edições do autor, além de fotos de Praga no início do século XX (parece cenário de uma história… de Kafka) a também instalações 3D.  O Museu Kafka fica em Malá Strana.
Não confunda o Museu nem a Casa da Viela Dourada com a casa onde Kafka nasceu, no bairro judeu de Josefov. Nesta casa funciona hoje um restaurante, o Franz Kafka House Restaurant. Mas como em Praga tudo tem muita história, o mesmo edifício tem fundações do século XIII e restos de uma prisão do século XVI, para onde eram levados alunos desobedientes.

2 comentários:

  1. Olá Daiane, tudo bem, sou a Jaque, não sei se lembras de mim, vi seu blog no teu orkut, nossa suas viagens são maravilhosas!!! Li "A Metamorfose", triste, angustiante, gostei muito do livro. Fora que Praga é muito linda, pelo que vejo em fotos, amo a arquitetura dessas cidades antigas. Parabéns pelo blog!

    Ps.: seu "postar comentários" não está funcionando no Mozila FireFox, só no IE.

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  2. Oi, Jaque! Claro que me lembro de você!
    Descobri pelo seu orkut que você se tornou Arquiteta, certo? Meu Deus, como o tempo voaaaa!!
    Praga, como eu disse em um dos posts:"é o paraíso dos arquitetos e fotógrafos" (eu fico com o segundo). É uma cidade mágica que conserva mil anos de história de pé! Nem bem visitei e já quero voltar! É mágica! Se um dia tiver oportunidade não deixe de ir!
    Quanto ao navegador, obrigada, mas não sei o que acontece, não consigo ajustar...

    Um grande abraço! Saudades de Urussanga agora... afiiii..

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