Tudo, absolutamente tudo em Praga é cercado de lendas e mistérios. De origens diferentes, remetendo à épocas diferentes. Pudera, a cidade já passou por quase tudo, em matérias de religião, política, povoamentos e conflitos. Esse é o charme maior da cidade.
Não podia ser diferente com o Orloj, um relógio astronômico medieval situado na velha praça da prefeitura da cidade, cuja construção se iniciou em 1410. Além do relógio normal, no alto da torre, instalado posteriormente, ele é composto por três partes: o relógio / mostrador astronômico, com a representação do sol, da lua e de outros astros, e que indica, além do horário (no fuso-horário original de Praga, claro), o signo do zodíaco, o horário de nascer e pôr-do-sol, e a posição dos astros; a "caminhada dos apóstolos", janelas onde, de hora em hora, os 12 apóstolos dão as caras; e um calendário das estações climáticas e épocas agrícolas.
Além disso, várias estátuas podem ser vistas, como o galo que também canta de hora em hora; quatro estátuas humanas movimentadas, representando os quatro perigos (vaidade, com um espelho na mão; avareza, com um saco de dinheiro; a morte, um esqueleto com uma ampulheta; e a invasão moura) e quatro outras, essas paradas mesmo, como as quatro fontes mais importantes da arte e da cultura praguense da época (um cronista, um anjo, um astrônomo e um filósofo).
A cada hora cheia, o galo canta. Após isso, a morte toca o sino e gira sua ampulheta. A seguir, os doze apóstolos passam pelas janelas. E o detalho, os apóstolos não tem olhos. Esta é uma das lendas sobre o relógio, que conta que seu construtor, ao final da obra, teve os olhos arrancados para que jamais fizesse um relógio igual. Como vingança, mandou seu ajudante arrancar os olhos dos apóstolos. E tem mais lendas, sobre os tempos em que o relógio parava de funcionar, ou onde foi parar a barba que uma das estátuas (a da avareza) portava originalmente.
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